Av. João XXIII, 417 - Vila Formosa - São Paulo/SP
  • (11) 2024-9100

Mais do que prestação de serviços...

Uma parceria!

Salários ganharam mais peso na economia

Cássia Almeida Os números definitivos da economia brasileira em 2006, divulgados ontem pelo IBGE, mostraram que a remuneração do trabalho ganhou peso no país. As remunerações, que englobam salários e contribuições como INSS e FGTS, apropriaram-se de 40,9% dos R$2,370 trilhões que o país produziu em 2006. No ano anterior, esse percentual era de 40,1%, num movimento que vem crescendo desde 2004. Enquanto isso, o capital, representado pelos lucros das empresas (o excedente operacional bruto), perdeu espaço, de 35,2% para 34,8%. O aumento do emprego, que subiu de 90.906 ocupações para 93.247, foi o principal responsável pelo avanço dos salários no Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país). O IBGE revisou a expansão de 2006, que subiu de 3,8% para 4%, com a inclusão de dados que não estavam disponíveis na época. - São sinais de mudança que permaneceram em 2007 e 2008 - afirmou Roberto Olinto, coordenador de Contas Nacionais do instituto. Para exemplificar o avanço dos ganhos dos trabalhadores, Olinto fez as contas e chegou a uma injeção adicional de R$1,5 bilhão por mês na participação do trabalho em 2006. Para o economista Claudio Dedecca, da Unicamp, o avanço dos salários é importante, mas corre risco. A participação pode cair dependendo do comportamento da economia, que crescerá menos em 2009: - Qualquer deterioração da na economia pode mudar esses números. Com a crise financeira, se mantivermos a renda será uma vitória. O crescimento do emprego foi decisivo para o aumento de participação até 2005. Em 2006, a renda passou a ser mais relevante. Mesmo assim, a valorização do salário mínimo tem explicado a recuperação do rendimento, na opinião de Dedecca. A negociação coletiva tem conseguido altas menores, diz: - Houve concentração dos salários em torno do mínimo. O mercado de trabalho mais aquecido também explicou a queda da informalidade na economia, de 10,1% para 9,7% em 2006, refletindo o aumento do emprego com carteira.