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6 tendências em finanças e investimentos para 2024
Início de ano é aquele período em que começamos a refletir sobre os meses que passaram e, também, e talvez mais importante, sobre o que esperamos que aconteça neste novo ano
Início de ano é aquele período em que começamos a refletir sobre os meses que passaram e, também, e talvez mais importante, sobre o que esperamos que aconteça neste novo ano. Vemos que continuamos a viver em um mundo em transformação e, na maioria das vezes, essas transformações são rápidas e radicais.
Mas em 2024 isso não será diferente. O universo de finanças e investimentos experimentará transformações e, aqueles que ousarem ignorá-las, muito provavelmente perderão posicionamento competitivo.
Observando as tendências globais e locais que vem ganhando força nos últimos anos e buscando analisar quais serão destaque no Brasil em 2024, gostaria de chamar a atenção para os seis processos de mudanças que espero que sejam relevantes:
1. O CFO ganhará papel ainda mais estratégico
O CFO (Diretor Financeiro) deverá se tornar o responsável por monitorar os resultados dos esforços que a alta gestão definiu previamente, visando colocar a empresa em caminho de longevidade com rentabilidade. Além de guardião da criação de valor, o CFO deverá ser aquele que centralizará a coleta e análise de dados para que os objetivos estratégicos sejam atingidos;
2. Criação de valor para todos os stakeholders: do discurso à prática.
Hoje em dia, qualquer empresa se coloca como seguidora de melhores práticas em ESG. Acredito que logo veremos uma mudança de estratégia nesta área, com a perda do foco em ESG para a busca por maximizar a criação de valor, não só para os acionistas, mas também para demais stakeholders. Empresas deverão definir, comunicar e monitorar como os objetivos de criação de valor para cada público serão atingidos;
3. Investidores de todos os tipos levantarão a régua da qualidade.
Seja nos investimentos em empresas públicas, seja em empresas não listadas em Bolsa, houve uma grande decepção com o desempenho dos investimentos nos últimos 2-3 anos. Por isso, minha expectativa é que o investidor daqui para frente se tornará mais exigente, antes de decidir por alocar recursos em diferentes investimentos;
4. Alocação de portfolio deixará de ser tática para se tornar estratégica.
Cada vez mais, o investidor recebe a mensagem de que investimento bem-sucedido é investimento com horizonte de longo prazo. Mas, infelizmente, a maioria dos investidores, mesmo aqueles mais sofisticados, não têm seguido essa orientação. Mas as perdas constantes dos últimos anos e o timing errado para aumentar e diminuir suas posições de mercado, foram um aprendizado duro. Espero que, de agora em diante, as alocações feitas visem ganhos sustentáveis e não de curto prazo;
5. Análise e decisão de investimentos: volta às origens.
A taxa de juros excessivamente baixa que prevaleceu nos últimos anos, fez com que os diferentes agentes da economia tomassem decisões de forma bastante relaxada. A volta do patamar de juros a níveis normalizados e as perdas que a postura relaxada causou, vão fazer com que investidores e empresas voltem a analisar profundamente possíveis investimentos;
6. Disseminação de novas ferramentas de gestão estratégica e análise de cenários.
Como mencionado no início do artigo, vivemos em um mundo em constante transformação. É o mundo VUCA, isto é, Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo. Outros chamam de mundo BANI, Frágil (de Brittle em inglês), Ansioso, Não Linear e Incompreensível.
Independentemente de como o mundo atual é descrito, precisamos de novas ferramentas para analisá-lo. Dentre as ferramentas que vêm ganhando espaço, podemos citar foresight estratégico, future-readiness, transformação digital, criação de valor compartilhado, customer-centricity etc. E novas classes de ativos estão se tornando mais populares, tais como impact investing.
Sérgio Goldman, consultor em finanças estratégicas