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Controle do bem
Em artigo, Geuma Campos Nascimento fala sobre o ressurgimento da contabilidade nas empresas
Controlar é uma palavra forte no seu sentido político, social e econômico. Verbo que pode tanto designar ordenação e normalização como também imposição e autoritarismo. Nos dois significados, o fato é que ninguém gosta de ser controlado. Porém, o ser humano só consegue sobreviver em sociedade sob o auspício disso – obviamente, não significa que os seus princípios de soberania devam ser quebrados.
No ano passado, fomos afetados basicamente pela falta de controle no sistema financeira. A inconsequencia foi grande. Alguns se aproveitaram da situação de ausência de fiscalização rigorosa para ganhar muito dinheiro. Alguns foram pegos. Outros quebraram. No fim, a maioria sobreviveu. Sim, em uma situação pior, mas conseguiram passar pela turbulência e rever uma luz no fim do túnel.
Em uma outra vertente, a contabilidade ressurgiu de forma intensa nas empresas por conta dessa sacudida no mercado durante o período de crise. A prática que controla a vida econômica, financeira e patrimonial é essencial para a administração de qualquer negócio. E se atribuindo o descontrole como essência da crise financeira, a atividade ganhou em importância no sistema empresarial de hoje.
Agora, a tomada de decisão nas organizações passou a ter o sistema contábil como centro de informação principal e nevrálgico para visualizar a sua saúde financeira. Sem isso, não tem como analisar e avaliar a situação e desempenho futuro. Também se tornou a fonte mais contundente das reais condições de uma empresa perante seus vastos grupos de relacionamento: colaboradores, fornecedores, sócios, acionistas, governo e sociedade. E nisso tudo, o balanço virou peça de comunicação essencial.
Enfim, o controle, independente de sua crença às pessoas, está presente nos momentos mais críticos. O contabilista deve saber entender tudo isso. E usar a seu favor no esclarecimento do papel de sua função. É preciso reordenar a percepção das pessoas a este novo cenário, mesmo que haja resistências comportamentais e culturais.
Faz-se necessário entender que o controle e a fiscalização contábil não é um trato com o desagradável e inoportuno, mas sim com o melhor caminho para a estabilidade nas ações e nas evoluções patrimoniais em um futuro próximo. Um trato de equilíbrio socioeconômico indispensável – mesmo que nem todo mundo goste ou queira.
* Geuma Campos Nascimento é sócia da Trevisan Outsourcing e professora da Trevisan Escola de Negócios